Os estilos parentais (EP) nada mais são do que o tipo de abordagem e estratégias utilizadas pelos cuidadores principais para interagir com seus filhos e filhas. Sabe-se que estes estilos podem influenciar significativamente no desenvolvimento psicológico, emocional e social das crianças e refletir também na vida adulta.
No texto de hoje, apresentarei os estilos parentais considerando como base a estrutura proposta por Diana Baumrind, Maccobi & Martin. Os estilos parentais podem ser divididos em quatro grupos principais, que são:
- Autoritativo – nesse estilo, os pais são calorosos, carinhosos e estão atentos às necessidades dos filhos e são responsivos às opiniões trazidas por eles. A liberdade, independência, individualidade e autonomia são encorajadas. As regras e as expectativas são razoáveis e também são apresentadas explicações que justificam tais regras.
As crianças criadas por pais autoritativos tendem a ser mais confiantes, independentes, habilidosas socialmente e com um bom desempenho escolar.
Na vida adulta, geralmente apresentam uma boa autoestima, um senso de valor e regulação emocional adequada;
- Autoritário – como o próprio nome já sugere, pais autoritários agem de forma rigorosa e exigente. Apresentam expectativas muito altas e impõem muitas regras deixando quase nenhum espaço para espontaneidade e flexibilidade. Além disso, utilizam a punição como forma de controlar os filhos, gerando muito medo, raiva e retraimento social.
As crianças criadas por pais autoritários podem apresentar baixa autoestima, menor autoconfiança, dificuldades de tomar decisões e de criar laços de proximidade e de confiança. Quando tornam-se adultos, apresentam um maior risco de desenvolver depressão, ansiedade.
- Negligente – pais negligentes oferecem pouco ou nenhum suporte emocional, orientação e supervisão aos filhos. Eles geralmente são desinteressados, preocupando-se apenas com aspectos práticos do cotidiano sem contemplar as necessidades e o bem-estar emocional dos filhos.
As crianças criadas por pais negligentes podem apresentar baixa auto-estima e dificuldade de regulação emocional. Na vida adulta, frequentemente tem dificuldade em construir relacionamentos saudáveis e de acreditar nas pessoas e uso abusivo de substâncias;
- Permissivo – cuidadores permissivos são permissivos e indulgentes, geralmente evitam dar limites e estabelecer regras. São excessivamente responsivos às necessidades e desejos dos filhos e não raramente permitem que os filhos tomem as próprias decisões sem guiá-los e supervisioná-los.
As crianças criadas por pais permissivos tendem a ser mais impulsivas e a apresentar dificuldade com auto-disciplina e regras. Na vida adulta, a relação com figuras de autoridade pode ser desafiadora, bem como respeitar limites;
Saiba que os estilos parentais supracitados não são fixos ou verdades absolutas e inquestionáveis. A maioria dos cuidadores principais apresentam uma combinação dos estilos em diferentes intensidades. Ademais, devemos considerar os valores e crenças parentais e o temperamento da criança quando pensamos sobre estilos parentais.
E você? Já parou para pensar em como foi/é a sua experiência com os estilos parentais? Quais desses estilos se encaixam mais com a sua história? Se você já é mãe, pai, madrasta, padrasto… como você se vê? Autoritativo? Autoritário? Permissivo ou negligente? Se você se percebe como um misto dos estilos, quais são?
Se você chegou até aqui, me deixe saber sobre as suas reflexões em relação a esse texto e como ele soou para você.
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