A parentalidade tóxica refere-se a um estilo de parentalidade que é prejudicial ao bem estar emocional, psicológico e até físico da criança, podendo gerar efeitos negativos de longo prazo no desenvolvimento infantil e na vida de um modo geral.
É importante considerar que os comportamentos parentais tóxicos podem variar na intensidade e gravidade, mas geralmente envolvem padrões de interação disfuncionais e prejudiciais entre pais e/ou cuidadores e seus filhos.
Alguns sinais que podemos observar na parentalidade tóxica:
- Abuso emocional: críticas constantes, xingamentos, humilhação. Quem passa por esse tipo de abuso pode apresentar baixa auto-estima, ansiedade e depressão;
- Abuso físico: violência física, punições severas, lesões físicas, trauma e cicatrizes emocionais;
- Amor condicional: a expressão de amor dos pais está condicionada ao filho, para que ele atenda expectativas bem específicas e/ou atingir determinados objetivos criados pelos próprios pais;
- Bagagem emocional: os pais projetam suas próprias questões não resolvidas nos filhos sobrecarregando-os desnecessariamente;
- Comparação e favoritismo: comparam constantemente o filho a outras pessoas ou têm um filho favorito estimulando rivalidade entre irmãos, por exemplo;
- Expectativas irreais: estabelecem padrões excessivamente elevados para os filhos academicamente, esteticamente ou na vida pessoal;
- Gaslighting: pais tóxicos tendem a manipular a percepção da realidade de seus filhos, fazendo-os duvidar dos próprios sentimentos, pensamentos e experiências na vida;
- Indução de culpa: tática para controlar o comportamento dos filhos, fazendo sentirem-se culpados por algo que os pais fizeram;
- Isolamento: impedem que o filho estabeleça relacionamentos saudáveis fora da família e percebem membros que não fazem parte do núcleo familiar como uma ameaça;
- Manipulação e controle: pais tóxicos tentam frequentemente controlar todos os aspectos da vida dos filhos, impedindo que desenvolvam autonomia e habilidade de tomada de decisão;
- Negligência: pais negligentes não atendem às necessidades básicas dos filhos como, por exemplo: comida, abrigo, roupas e apoio emocional;
- Parentalização: a criança é forçada a assumir papéis e responsabilidades atribuídas a adultos, assumindo a responsabilidade de ser o cuidador emocional dos pais.
A parentalidade tóxica é caracterizada por um padrão crônico e consistente de comportamentos prejudiciais que impactam negativamente a vida dos filhos.
Note que os estilos parentais existem em um espectro e erros ocasionais podem ocorrer, momentos desafiadores podem surgir, mas isso não é suficiente para afirmar que o pai, mãe ou cuidador é tóxico. Entretanto, como dito anteriormente, um padrão consistente de comportamentos disfuncionais / tóxicos podem provocar sérias consequências desfavoráveis no desenvolvimento infantil e também na vida adulta.
Sobreviventes da parentalidade tóxica podem apresentar dificuldades em estabelecer relacionamentos saudáveis, permanecer em empregos ou, até mesmo, gerir a própria saúde mental. É muito importante que filhos adultos de pais tóxicos procurem ajuda profissional e suporte para cicatrizarem essas feridas emocionais deixadas por anos de abuso e para desenvolverem mecanismos de enfrentamento.
Se você chegou até aqui, me deixe saber sobre as suas reflexões em relação a esse texto e como ele soou para você. Você já tinha ouvido falar sobre esse tema? Qual é a sua experiência em relação a parentalidade tóxica?